Minha colheita
O tempo passa, e nem nos damos conta, eu não me dei conta, meu tempo passou… Não construí nada, não deixei nada… Passei sem deixar marcas… Um sentimento de aperto no peito, de falta de ar… não sou ninguém, ninguém para ser lembrada, ou para merecer uma comemoração. Parece que tudo que fiz durante a minha vida toda foi incomodar, prestar algum serviço besta e totalmente substituível, onde a minha ausência nem seria notada. Sem amigos, sem amora, sem familiares, dizem que hoje temos a geração do nem nem, eu acho que sou parte da geração do sem sem… Acredito que se eu sumisse hoje, nem seria percebido, não seria notado. Pena para mim, mas foi isto que costrui, foi isto que plantei duraste anos, acreditado que fazia algo de bom, mas na verdade plantei sementes de nada… Estou colhendo o nada… Esta é a minha vida. Este é o meu final. Esta é a minha colheita. Esta é a minha solidão.